“BAILE”, espetáculo de formatura do Teatro Universitário da UFMG, marca os 70 anos da escola em temporada no mês de dezembro
Bem vindes ao meu baile (que também é de vocês). fiquem à vontade. peguem seus co(r)pos e se joguem nessa pista. este baile é um passeio pela breguice do amor decadente em que um baile são outros bailes dentro de si e revelam encontros, desencontros e reencontros. afinal de contas: o que elus estão comemorando?
Belo Horizonte, 23 de novembro de 2022 — “A igreja diz: o corpo é uma culpa. A ciência diz: o corpo é uma máquina. A publicidade diz: o corpo é um negócio. E o corpo diz: eu sou uma festa”. Em uma de suas frases mais célebres, Eduardo Galeano esqueceu-se apenas de um detalhe: se há festa, há de se ter “Evidências”. Ou "Whisky A Go Go”. Talvez, “Menina Veneno”, dependendo do anfitrião. O corpo que festeja traz consigo um motivo, seja ele individual ou coletivo, para celebrar. Os formandos de 2022 do Teatro Universitário, escola técnica de teatro da UFMG, despedem-se da instituição em mais uma montagem anual de conclusão de curso, com uma festa fadada a não acontecer. O que, então, os motiva a comemorar?
Com direção de Thálita Motta, o espetáculo “Baile” saúda o brega em sua mais pura essência: a exuberância do ser/estar no mundo, o amor em seus múltiplos desacertos e muito, muito cetim. A dramaturgia assinada por Amora Tito remonta a um Brasil não-tão-distante que permeia a memória coletiva, o mesmo Brasil onde os pais das gerações Millenial e Z cresceram, embalados pelo (que hoje se diz) cafona em algum momento de suas vidas – ainda que haja quem negue saber a letra de “Bete Balanço”. A diretora assume o baile, composto por 9 atuantes, como meio de evidenciar encontros, desencontros e, sobretudo, reencontros: dos atores com a platéia, da platéia consigo, do Brazil ao Brasil, e assim por diante, refletindo sobre as construções do amor em uma sociedade de nem-tão-altos e mais-que-baixos. A breguice do amor decadente, a tentativa sem êxito de fazê-lo acontecer e a incerteza do que virá foram os vetores para a criação desta peça, que fica em cartaz de 2 a 18 de dezembro na Funarte/MG.
Ainda sobre reencontros: o Teatro Universitário e o público belo-horizontino se viram outra vez após a pandemia no início de 2022, abrindo as comemorações dos 70 anos da escola com o espetáculo “GOLD”, realizado pela turma de formandos de 2021. A montagem de “Além do Rio”, realizada pela atual turma de formandos e com a participação de alunos do 2º ano da escola, também marca o retorno aos palcos. A poucas semanas de 2023, o T.U. conclui as suas celebrações à caráter, fazendo jus às sete décadas de existência, lançando à cena mineira e nacional mais uma geração de atores. O convite está feito: traga no peito uma lembrança capaz de ser embalada pela mais esdrúxula canção, envolta em babados, paetês e o saudosismo ao que, um dia, foi cool. Polainas também são bem-vindas.
Teatro Universitário /EBAP/UFMG
Criado em 1952, o Teatro Universitário da UFMG (@teatrouniversitario.ufmg) tem oferecido para artistas de Minas Gerais — e do país — o seu curso de formação profissional em teatro, exercendo importante influência no cenário artístico e cultural desde a década de 50. A escola também desenvolve importantes projetos de pesquisa e de extensão na Universidade.
O curso técnico em teatro, a partir de 2023, terá a duração de dois anos, com a realização de um projeto de criação cênica.
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