Produção de Spirulina e Chlorella se intensificam na pandemia e projeto da EAJ-UFRN estuda melhorias nos seus cultivos e o potencial para a captura de CO2
O uso da Spirulina para outros fins é algo secular, devido à sua alta concentração de nutrientes – sendo um dos suplementos naturais mais completos disponível na natureza. Recentemente, a produção dessa microalga para uso com foco em questões ambientais obteve espaço dentro da Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ - UFRN).
Coordenado e Idealizado pela professora Fabiana Câmara, o projeto para a produção de Spirulina (Arthrospira platensis, Arthrospira máxima) e Chlorella vulgaris ganhou força durante a pandemia, onde se intensificou a busca por alimentos que aumentam a imunidade.
Atualmente, o Laboratório de Alimentos Vivos da EAJ vem atuando no desenvolvimento de pesquisa aplicada com as microalgas, que, segundo a docente responsável, tem como objetivo auxiliar na melhoria da tecnologia de produção direta e indireta.
“Com a Chlorella vulgaris estamos estudando a viabilidade de uso para captura de dióxido de carbono (CO2) proveniente do resíduo gasoso emitido por uma indústria de refratários de cerâmica, e analisando compostos bioativos produzidos por essa espécie nas condições de cultivo a que são submetidas”, explica Fabiana.
Além disso, a professora esclarece que uma das preocupações frequentes das indústrias e agroindústrias é a redução de emissão do dióxido de carbono (CO2), que ocasiona o efeito estufa. “A Spirulina vem sendo cultivada para viabilizar a produção massiva com máxima redução de custos em água de rejeito de um dessalinizador”, acrescenta.
Com o surgimento do interesse por um meio que viabilize outras linhas de fabricação, houve a oportunidade da educadora melhorar a estrutura de produção com o apoio do diretor da EAJ, o Professor Ivan Max Lacerda. Posteriormente, começaram a surgir outras parcerias, como o Departamento de Química, através da Professora Sibele Pergher, e o Departamento de Engenharia Química, através da Professora Renata Braga, além de empresas e investidores que têm procurado os envolvidos no projeto.
Atualmente, a equipe é formada pela professora Fabiana Câmara, pelo professor Darlio Teixeira, além de alunos de doutorado, mestrado, bolsistas de iniciação científica e bolsistas de apoio técnico.
De acordo com Fabiana, às aspirações não faltam, sendo uma delas a criação de uma empresa incubada para a comercialização de produtos enriquecidos com microalgas. “Os resultados atuais obtidos com a Spirulina, pretendemos que sejam aplicados em uma empresa no município de Bom Jesus/RN, que vêm investindo em pesquisas neste Laboratório”, conta.
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